Bases Teóricas

Tendo em vista a necessidade de auditoria interna nas empresas, buscamos bases teóricas para fundamentar o trabalho.
A história da contabilidade é tão antiga quanto à civilização, conforme explica Ludícipus (2001, p. 05). Está ligada ás primeiras manifestações humanas da necessidade social de proteção à posse e de perpetuação e interpretação dos fatos ocorridos com o objetivo material de que o homem alcance os fins propostos, afirma o autor. Além disso, a origem da contabilidade está ligada à necessidade de registros do comércio, completa. Há indícios de que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios, mas a prática do comércio não era exclusiva deles, sendo exercida também, nas principais cidades da antiguidade, como informa Ferrari (2006, p.02).
Na medida em que o homem começava a possuir maior quantidade de valores, preocupava-lhe saber quanto poderia render e qual a forma mais simples de aumentar suas posses; tais informações não eram de fácil memorização, quando já em maior o volume. Isso requeria registros, como ensina o professor Lopes de Sá, em Introdução à Contabilidade (2008, p.09-17).
É importante lembrarmos que naquele tempo não havia o crédito, ou seja, as compras, vendas e trocas, eram à vista. Posteriormente, empregavam-se ramos de árvore assinalados como prova de dívida ou quitação. O desenvolvimento do Papiro (papel) e do Aclamo (pena de escrever) no Egito Antigo facilitou extraordinariamente o registro dessas informações sobre os negócios, LOPES DE SÁ (2008, p.09-17)
Um longo processo de desenvolvimento se deu, surgindo ramos diversos da Contabilidade. A auditoria é um deles. Portanto, a contabilidade - primeira disciplina desenvolvida para auxiliar e informar o administrador -, é a formadora dessa especialização denominada auditoria, destinada a ser usada como uma ferramenta de confirmação da própria contabilidade esclarece Attie (1998, p.27).
O surgimento da auditoria, informa o autor (ATTIE, 1998, p.26) está ancorado na necessidade de confirmação, por partes de investidores e proprietários, da realidade econômico-financeira, espelhada no patrimônio das empresas investidas” e, principalmente, em virtude do “aparecimento de grandes empresas multigeograficamente distribuídas’ e simultâneo ao “desenvolvimento econômico que propiciou participação acionária na formação do capital” de muitas organizações.
A veracidade das informações, o correto cumprimento das metas, a aplicação do capital investido de forma lícita e o retorno de investimentos foram algumas das preocupações que exigiram a opinião de alguém não ligado aos negócios e que confirmasse, de forma independente, a qualidade e precisão das informações prestadas, dando, dessa forma, o ensejo ao aparecimento do auditor (Willian Attie, 2010, p.05)
Para que se possa entender o processo de auditoria interna nas empresas é necessário entender os princípios básicos da auditoria e da mesma na contabilidade. Segundo William Attie (2010, p.05) “A auditoria é uma especialização contábil voltada a testar a eficiência e eficácia do controle patrimonial implantado com o objetivo de expressar uma opinião sobre determinado dado.”.  Ainda segundo o autor, “A auditoria das demonstrações contábeis visa às informações contidas nessas afirmações, assim é evidente que todos os itens, formas e métodos que as influenciam também estarão sendo examinados”.
O exame de auditoria engloba a verificação documental, os livros e registros com características controladoras, as obtenções de evidências de informações de caráter interno ou externo que se relacionam com controle do patrimônio e a exatidão dos registros e demonstrações deles decorrentes (ATTIE, 2009, p.05).
Outro fator importante que deve ser estudado é a atitude do profissional. A esse respeito, Attie (2010) afirma que
A atitude do auditor com vista ao objeto em exame reflete a combinação de uma educação profissional adquirida com o conhecimento técnico pelo estudo permanente de novas ferramentas de trabalho, regulamentações, aprimoramento pessoal, e pela experiência adquirida através de trabalhos diferentes com o uso do raciocínio e julgamento, complementados pela maturação pessoal dando-lhe capacitação mental e intelectual para avaliar e concluir os dados em exame (ATTIE, 2010, p.06).
Segundo Almeida (2010, p.49), em seu livro Auditoria. Um Curso Moderno e Completo, “Não adianta a empresa implantar um excelente sistema de controle interno sem que alguém verifique periodicamente se os funcionários estão cumprindo o que foi determinado no sistema, ou se o sistema não deveria ser adaptado às novas circunstâncias”.
Os objetivos da auditoria interna são exatamente esses, ou seja: verificar se as normas internas estão sendo seguidas e avaliar a necessidade de novas normas internas ou de modificação das já existentes.
Também se pode frisar, nos termos de Armando Gass (2008, p.15-17), que “A auditoria contábil focaliza prioritariamente as demonstrações financeiras”, examinando e avaliando as partes componentes destes demonstrativos, bem com os procedimentos e registros, aferindo ao nível de aderência à legislação e aos princípios fundamentais da contabilidade como também às normas internas da empresa.
Outro ponto importante citado pelo autor é que “o enfoque financeiro cobre prioritariamente as áreas de tesouraria, aplicações financeiras, captação de recursos, envolvendo avaliação de liquidez e rentabilidade e, ultimamente, também buscando focalizar a atividade de planejamento e controle dos resultados” (GASS, 2008, p.18).
Nesse contexto estão as inovações tecnológicas ou TI’s – Tecnologias da Informação, no auxílio às atividades contábeis. Conceituando, as chamadas TI’s – Tecnologias da Informação são mais que sistemas de informação, informática ou o conjunto de hardware e software, segundo Laurindo. (2001, p.160). Isso porque envolve “aspectos humanos, administrativos e organizacionais”, e inclui “sistemas de informação, o uso de hardware e software, telecomunicações, automação”, além de “recursos multimídia, utilizados pelas organizações para fornecer dados, informações e conhecimento 1993; WEIL. Tudo isso fruto da evolução tecnológica.
Para Walton (1994)
Os avanços trazidos pela evolução da informática e com o advento da Internet introduziram no campo empresarial, bem mais que meras sofisticações operacionais, permitiram que não só evoluíssem os modelos gerenciais, mas influenciaram o trabalho do profissional contábil. A Tecnologia da Informação aliada a Contabilidade permitiu que fossem dadas características peculiares às transações e a análise econômica e financeira, com a introdução de modelos gerencias mais sofisticados. Acompanhando o novo ritmo dos negócios, é cobrado do profissional contábil, cada vez mais que este procure capacitar-se. Por outro lado, o fluxo de operações mais abrangentes e a disponibilização de certos serviços através dos meios eletrônicos, trouxe bem mais que simples reflexos na utilização das informações contábeis, transformou a forma de atuação do profissional contábil e a postura assumida perante o processo decisório, atuando agora como o gerenciador de informações (WALTON, 1994, p.25).